• O crescimento fetal (cerca de 70%) ocorre no terço final da gestação, devendo nessa época ser fornecida suplementação alimentar para as cabras e ovelhas gestantes.
  • O peso do feto, ao nascer, é de suma importância, pois viabilizará a sobrevivência do recém-nascido. Cabritos e cordeiros, com menos de dois quilogramas de peso vivo ao nascer, terão dificuldades para sobreviver.
  • Os recém nascidos deverão mamar o colostro 05 a 06 vezes, nas primeiras seis horas de vida. Isto porque os ruminantes nascem, totalmente, sem imunidade e adquirem-na através do colostro.
  • O corte e a profilaxia do umbigo, com iodo a 10%, são fatores preponderantes para viabilidade dos recém-nascidos. A aplicação do iodo deve ser repetida três vezes, a intervalos de doze horas.
  • Ficar atento para quando o umbigo cair. Nesse período, também pode ocorrer miíase (bicheira)
  • As principais causas de mortalidade de cabritos e cordeiros, nas primeiras semanas de vida, são: subnutrição, enterites, broncopneumonias e infecções umbilicais.
  • Um grande erro cometido por alguns criadores é prender os cabritos e soltar as matrizes, pois, desta forma, estes filhotes mamarão, uma só vez pela manhã e outra à tarde, no retorno das matrizes. Assim, as crias estarão sujeitas à hipoglicemia (diminuição do açúcar no sangue) o que causará atraso no crescimento, bem como, irão apresentar diarréia branca (colibacilose), devido à grande quantidade de leite ingerido à tarde, em virtude da fome que sofreram, durante todo o dia. Este problema é resolvido com a implantação do piquete maternidade, onde a matriz fica com sua cria, permanentemente, nos primeiros 15 dias, após o parto.
  • A ocorrência de cabritos e cordeiros tontos, logo após o nascimento ou alguns dias depois do mesmo, pode ser indício de salmonelose, colibacilose ou clostridioses. Deve-se observar, em primeiro lugar, se a cria mamou o colostro nas primeiras seis horas de vida, 5 a 6 vezes; verificar o excesso de ventilação no cabriteiro, à noite; manter a matriz, sempre, próxima à cria , nos primeiros 15 dias de vida, para evitar que essa mame muito, quando fica afastado da mãe, por longo tempo e ela chega para amamentá-lo.
  • É importante a vacinação das matrizes contra pneumoenterite dos bezerros (1ml via subcutânea), assim como, contra clostridioses (2ml via subcutânea), 30 dias antes do parto. Estando as crias tontas, é importante a administração de soro reidratante oral (soro caseiro), na dose de 50ml a cada duas horas, via oral (pela boca) e deixá-lo mamar; porém, de forma controlada para não haver excesso de ingestão de leite. Buscar assistência de um Médico Veterinário, para instituir antibiótico- terapia.
  • Quando houver necessidade de aleitamento artificial, o leite (ou sucedâneo) deverá ser fornecido à um temperatura em torno de 38°C.
  • Os cabritos ou cordeiros devem mamar, sempre, com a cabeça voltada para cima. Para isto, coloca-se a mamadeira alta. Desta maneira, funcionará a goteira esofágica e o alimento se encaminhará, diretamente, para o abomaso, que, neste estágio de vida, é o único funcional. Caso o leite ingerido se encaminhe para os primeiros pré-estômagos, (rúmen, retículo e omaso), ocorrerá diarréia, pois, nos primeiros quinze dias de vida, estes não são funcionais.
  • A mamadeira deverá ser, sempre, esterilizada com água quente, cada vez que a cria for mamar. O leite deverá ser, sempre, servido morno a, aproximadamente, 38°C.
  • É de extrema importância que as fezes aderidas ao ânus dos recém nascidos sejam retiradas para que não obstruam a saída de novas fezes (usar água para amolecer as referidas fezes).
  • Crias amontoadas em um canto do cabriteiro é sinal de frio. Neste caso, diminui-se a entrada de ventos e, em caso de frio intenso, coloca-se campânulas com lâmpadas incandescentes de 40 watts, a uma altura de 45cm.
  • A cria deve ter um local sem correntes de vento para dormir, isto é, ser colocada à noite, em local, onde se sinta aquecida.
  • Crias amontoando-se nas entradas de ar como, por exemplo, nas portas é indício de calor. Deve-se promover ventilação.
  • As crias, jamais, deverão ter acesso ao curral dos animais adultos até os três meses de idade, pois o contato destas com as fezes, nesse ambiente, lhes proporcionará doenças (verminose, clostridioses, salmonelose, colibacilose etc...). Devemos lembrar que, assim como em uma fossa séptica, nos currais só encontramos fezes e urina.
  • O cabriteiro deve receber higienização, com “vassoura de fogo”, pelo menos uma vez por mês e varredura, com cal (pó), uma vez por semana.
  • Crias do sexo masculino só deverão permanecer junto às fêmeas, até os três meses de idade, a menos que sejam castradas. A castração pelo método da liga deve ser usada para cabritos ou borregos, aos 15 dias de vida. Não usar este método no período chuvoso devido à ocorrência maior de miíase (bicheira).
  • As crias de raças com características de mochas devem ser mochadas, com ferro quente, entre 04 e 10 dias de idade.
  • Algumas matrizes produzem uma grande quantidade de colostro, devendo ser armazenado, congelado, em recipientes de vidro esterilizados, em pequenas porções, para, quando necessário, ser descongelado em banho-maria e fornecido a filhotes, cujas mães morreram ou não produziram o mesmo em quantidade suficiente.
  • Quando se optar por prender as crias e colocar anteparo (tábua) na porteira para não saírem, ( as matrizes deverão pular para amamentar ), precisa-se ter atenção para que muitas não tentem mamar em uma mesma matriz. Nesse momento, a matriz poderá machucar as crias, que não sejam seus filhos e, muitas vezes, não amamente seu (s) próprio (s) filho(s).
  • As crias, no cabriteiro, devem ser divididas, por idade ou desenvolvimento corporal.
  • Aplicações de solução de ferro (1ml), via intramuscular, uma vez por semana e durante quatro semanas, (iniciandose após a primeira semana de vida), é muito importante para o desenvolvimento das crias.
  • Leite de soja só deverá ser usado após a 5ª semana de vida. Crias, após os 30 dias de idade, devem mamar no mínimo 1 litro de leite por dia.
  • Jamais tratar de miíase (bicheira) no umbigo de cabritos ou cordeiros com matabicheira spray. Este tratamento deverá ser realizado com solução de fenol ou cresol (benzocreol, benzofenol, purinacreol, fenocreol, creolina veterinária, etc) e água a uma porcentagem de 25%. Também, pode ser usado ungüento, na forma de pasta (tipo: branca).
  • Os cabritos gostam de saltitar sobre troncos, pneus ou blocos de alvenaria. Estes equipamentos ajudam a reduzir o estresse, quando da separação em relação às mães.
  • A partir dos 15 dias de vida, as crias deverão ter acesso a alimento verde, sendo (leucena, cunhã, jurema, pontas de capim etc...), amarrados a uma altura que os animais levantem a cabeça para comer.
Fonte: SANTOS, L. d. Caprinos e Ovinos: informações importantes. Natal: SEBRAE/RN, 2006.

date quinta-feira, 30 de julho de 2015

0 comentários to “Manejo de cabritos e cordeiros”

Leave a Reply: