Comissão aprova Política Nacional de Vacinação contra a Leishmaniose
Vacina Leish-TEC, da Hertape Calier, é a única registrada no MAPA, recomendada pelo Ministério da Saúde como proteção individual para cães contra a Leishmaniose Visceral
A Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), da Câmara dos Deputados, aprovou no final de março parecer favorável à Política Nacional de Vacinação contra a Leishmaniose animal. O Projeto de Lei n1.738, proposto em julho de 2011 e que agora aguarda parecer de mais três comissões, demonstra a importância que o tema conquistou no debate público nacional.
A medida representa um grande incentivo ao esforço de pesquisa e desenvolvimento para oferecer à saúde pública do Brasil, a Leish-TEC, uma vacina apta a previnir e controlar essa grave doença. A vacina teve seu registro aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA, Brasília/DF), ainda em 2007. Após um longo período de testes, deu-se a comprovação de sua eficácia em janeiro de 2013, por meio da aprovação conjunta com o Ministério da Saúde (, que passou a recomendar a Leish-TEC como medida de proteção individual para cães contra Leishmaniose Visceral.
A vacina Leish-TEC é resultado de um premiado estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com o título de “Vacina recombinante contra a Leishmaniose Visceral”, foi vencedor do prêmio Bom Exemplo de Ciência, concedido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, a Fundação Dom Cabral, o Jornal O Tempo e a TV Globo Minas.
O estudo, que concorreu com outros 100 projetos, também obteve reconhecimento do prêmio Péter Murányi 2014 de Saúde. O prêmio internacional, que pela primeira vez desde 2002 agraciou um produto veterinário, é direcionado a pessoas ou organizações, de qualquer parte do mundo, que tenham se destacado na promoção do bem estar de populações situadas abaixo do paralelo 20 de latitude norte, especialmente o Brasil, seja no tocante à saúde, alimentação, educação e desenvolvimento científico e tecnológico.
A doença. 
A leishmaniose visceral é considerada uma das principais zoonoses emergentes no Brasil, gerando enorme impacto na saúde pública e comoção social pela morte de muitos cães infectados. Causada pelo protozoário Leishmania chagasi, o cachorro é o principal reservatório urbano capaz de infectar o vetor (inseto) transmissor da doença. Devido ao convívio com o animal doméstico, o ser humano torna-se vulnerável à infecção transmitida pela picada do flebotomíneo Lutzomya longipalpis, popularmente conhecido como mosquito-palha ou birigui. 
Os sintomas apresentados pelo animal infectado podem variar de dermatite a úlceras nas orelhas e focinho, lesões oculares, emagrecimento, fadiga, febre, anemia, entre outras. Já no ser humano, os principais sintomas são febre intermitente, com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e nos intestinos.
Embora seja curável no ser humano, a leishmaniose visceral causa a morte de até 10% das pessoas infectadas e milhares de cães todos os anos. Por esse motivo, a vacinação do animal é muito importante para prevenção e controle da doença em animais e humanos.  
O caminho até a aprovação
A vacina Leish-TEC é produzida a partir da mais alta tecnologia recombinante, o que a torna um produto seguro para o animal, o proprietário e o veterinário. É, também, altamente imunogênica, pela capacidade de  resposta observada nos animais que receberam o produto. Mas se o diagnóstico já é difícil, pois os sintomas da Leishmaniose visceral são semelhantes a outras doenças, o controle e tratamento, tanto para animais quanto para humanos, também não são tarefas fáceis.
Na última década, diante do forte debate gerado entre especialistas sobre como tratar a questão, o MAPA e o Ministério da Saúde publicaram, em julho de 2007, a Instrução Normativa Interministerial Número 31, que aprovou o Regulamento Técnico para Pesquisa, Desenvolvimento, Avaliação, Registro e Renovação de Licenças, Comercialização e Uso de Vacina Contra Leishmaniose Visceral Canina.
A norma detalha três fases pelas quais uma vacina em desenvolvimento deve ser submetida antes de ser aprovada para uso, além de uma quarta fase para controle posterior. A Leish, registrada pelo o Laboratório Hertape Calier Saúde Animal (Juatuba/MG) passou por todas as etapas.
As Fase I e II dos estudos da vacina Leish-TEC demonstraram a ausência de reações adversas relevantes em animais sadios. Na Fase III foram feitos ensaios clínicos para avaliar a eficácia da vacina em previnir a infecção de cães em áreas de risco, também chamadas de áreas endêmicas. Nessa etapa, as estastísticas mostraram que mais de 96% dos animais vacinados foram protegidos contra a infecção.
Na última etapa, a Fase IV, foram feitos estudos de vigilância e pesquisa, após o registro do produto, para monitorar a possível ocorrência de efeitos adversos. Neste caso, foram registrados em apenas 0,04% do total de vacinas comercializadas no período, demonstrando a eficácia do produto.
A vacina Leish-TEC tornou-se, assim, a única no Brasil a cumprir a determinação da Instrução Normativa e ter o Estudo de Fase III aprovado pelas duas Instituições de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral no Brasil.
Fonte: Equipe Cães & Gatos

date sexta-feira, 25 de abril de 2014

O composto tipo bokashi é uma mistura de farelos com microorganismos que promovem a fermentação e transformam o material em um adubo muito usado na agricultura orgânica.
Têm duas formas de preparar, uma é aeróbica, que você prepara ao longo de uma semana, revirando todos os dias, e o outro jeito é anaeróbico, sem ar, feito ensacado ou em bombas, onde não é preciso ficar revirando, mas leva cerca de 20 dias para ficar pronto.

Para fazer o composto anaeróbico suficiente para oito mil pés são usados:
- 60 quilos de farelo de trigo
- 50 quilos de torta de mamona ou de girassol
- 30 litros de água sem cloro
- 1 copo de inoculante
- 1 copo de açúcar mascavo ou melaço de cana

O processo começa misturando bem os dois farelos. Depois vem o preparo da calda, onde a primeira coisa é a água de boa qualidade, sem cloro. Depois, utiliza-se o inoculante, o fermento, que no caso é o EM ou microorganismos eficientes, misturados na água.
EM é a sigla para microorganismos eficazes. A emulsão produzida pelos adeptos da Igreja Messiânica, reúne 116 tipos de microorganismos benéficos que ajudam no desenvolvimento saudável das plantas. Pode ser encontrada na fundação Mokjti Okada. Contato: fmo@fmo.org.br.
O próximo ingrediente é o açúcar mascavo, que pode ser substituído por melaço de cana. Misture bem e jogue a solução sobre os farelos aos poucos com um regador. O material vai sendo revolvido para absorver o líquido e ficar homogêneo. O ponto certo é o ponto da umidade. A gente amassa um bolinho e ele fica inteiro, mas se você apertar ele se desfaz.
O material pronto é colocado em bombonas ou em sacos bem vedadas porque o processo de fermentação será anaeróbico, sem ar. O material fica fechado por 21 dias.


Por: Fabíola Franklin
Fonte: Globo Rural; Paisagismo Brasil.


date quinta-feira, 24 de abril de 2014

O QUE É SORGO FORRAGEIRO?

É um tipo de sorgo de porte alto, altura de planta superior a dois metros, muitas folhas, panículas (cachos) abertas, com poucas sementes, elevada produção de forragem e adaptado ao Agreste e Sertão de Pernambuco. Existe sorgo forrageiro que possui colmo doce. Nesse caso, pode ser chamado também de sorgo sacarino.
COMO O SORGO É PLANTADO?


O sorgo pode ser plantado de duas maneiras: manual ou na plantadeira. É importante que antes do plantio o terreno esteja bem preparado e limpo.

COMO É FEITO O PLANTIO MANUAL DO SORGO?


O plantio manual é feito em covas rasas 3-5 cm de profundidade, distantes uma da outra 20cm, dentro de cada linha ou fileira. A distância entre as fileiras é de 80cm.

QUANTAS SEMENTES SÃO PLANTADAS EM CADA COVA?


Colocam-se três (3) sementes em cada cova.

COMO É FEITO O PLANTIO DE SORGO USANDO A PLANTADEIRA?


O sorgo é plantado, neste caso, com plantadeira à tração motorizada (trator), devidamente regulada e deixando cair 20 sementes em cada metro de sulco, no caso de plantadeira de duas linhas em sulcos. Pode ser feito também com a matraca ou a plantadeira à tração animal.

QUANTOS QUILOS DE SEMENTES DE SORGO SÃO NECESSÁRIOS PARA PLANTAR UM (1) HECTARE?


8 a 10 quilos.

QUAL O HERBICIDA USADO NA CULTURA DO SORGO?


Herbicida à base de Atrazina.

QUE QUANTIDADE APLICAR NA CULTURA DO SORGO?


4 a 5 litros do produto comercial.

COMO É FEITA A ADUBAÇÃO NA CULTURA DO SORGO?


A adubação química é feita mediante recomendação da análise de fertilidade do solo. Na adubação orgânica, pode-se aplicar (dependendo da disponibilidade), 10 a 15 toneladas por hectare de estrume de curral, que deverão ser incorporadas à área de cultivo antes do plantio.

QUAL A ÉPOCA DE PLANTIO DO SORGO?


No início da estação chuvosa.

QUAIS AS PRINCIPAIS PRAGAS DE IMPORTÂNCIA NA CULTURA DO SORGO E COMO CONTROLÁ-LAS?


Formiga de roça (cortadeira) – esta pode ser controlada através de iscas formicidas ou aplicando o inseticida diretamente no formigueiro. Este controle deve ser iniciado antes do plantio, prolongando-se até 40 dias após (dentro do campo e nos arredores).Lagarta elasmo – é uma praga que só ataca plantas jovens, até 30 dias após o plantio. O controle é feito realizando-se o tratamento das sementes. Para isso, usa-se Furadan TS ( um litro para cada 100 quilos de sementes).

COMO É FEITA A COLHEITA DO SORGO FORRAGEIRO?


Para pequenos plantios pode ser feita manualmente, colhendo-se a planta inteira e, dependendo do caso, passar na forrageira (para consumo direto dos animais) ou na ensiladeira (para enchimento do silo). Para grandes plantios poderá ser utilizada a colheitadeira acoplada ao trator, onde o destino final do material colhido é o silo.

QUAL A ÉPOCA DA COLHEITA DO SORGO FORRAGEIRO?


Entre a fase que vai logo após o florescimento até a fase de endurecimento dos grãos, dependendo da natureza do sorgo. Se for um sorgo de colmo seco, colhe-se mais cedo e se for um sorgo de colmo suculento (sacarino), colhe-se mais tarde. 

  • Para pastejo e fenação o ponto ideal está entre 0,80 a 1,00 de altura, ou a idade de 30 a 40 dias pós-semeadura ou inicio da rebrota.

QUAL A PRODUÇÃO ESPERADA DE SORGO FORRAGEIRO?



Seguindo estas recomendações, e as condições climáticas apresentando-se favoráveis, a produção do sorgo forrageiro poderá alcançar de 10 a 15 toneladas por hectare de matéria seca. Esta produção atende às necessidades de consumo de 6 a 8 animais adultos durante um período de cinco meses. Uma boa silagem de sorgo tem condições de garantir uma produção de 7 litros de leite por vaca/dia, sem necessidade de fornecer concentrado.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES

Ter o cuidado de não deixar os animais se alimentarem de sorgo jovem ou da soca (até um metro de altura), devido à presença do ácido cianídrico (HCN). Caso isso ocorra, poderá surgir nos animais um princípio de intoxicação. Esta poderá ser controlada administrando-se Sulfato de Atropina;
Eliminar rigorosamente os formigueiros, dentro e próximo à área de plantio;
Caso o produtor não disponha de silo, o sorgo poderá ser colhido em quantidades que atendam às necessidades diárias dos animais. Deverá ser processado na forrageira, ou mesmo picado no cocho. Neste caso, o sorgo poderá ser colhido até a fase de palhada;
Existe um outro tipo de sorgo forrageiro precoce e de porte herbáceo que apresenta aptidão, principalmente para feno, conhecido como sorgo Sudão, capim Sudão ou sorgo sudanense.


Fonte: Instituto Agronômico de Pernanbuco (IPA)/ Embrapa Milho e Sorgo.
Adaptado: Fabíola Franklin 

date quinta-feira, 17 de abril de 2014



A cana-de-açúcar in natura pode ser uma alternativa mais barata de alimentação para cabras leiteiras em períodos de escassez de alimento para os animais de pequena produção, em substituição à silagem de milho. Foi o que mostrou o estudo da Unesp de Botucatu, com colaboração Câmpus de Jaboticabal, de autoria do pesquisador Gil Ignácio Lara Canizares, que testou a dieta em animais da fazenda experimental de Botucatu e em diferentes proporções, 100% silagem de milho no volumoso; 33% de cana e 67% de silagem; 67% de cana e 33% de silagem; e 100% de cana-de-açúcar. não houve variação na produção de leite das cabras, que mantiveram uma produção diária de 1,7 litros por cabeça. A cana pode ser substituída em pequenas quantidades para nutrição de cabras que não têm alta produção, em épocas críticas de produção de alimento.
Apesar de possui um alto valor energético e da facilidade de obter o produto em algumas regiões, a cana apresenta algumas ressalvas que devem ser levadas em consideração pelo produtor na hora de substituir a alimentação do rebanho. “Uma das coisas que dificulta o uso da cana-de-açúcar para alimentação das cabras leiteiras é o seu alto teor de fibras, outras desvantagem da cana é o seu baixo teor de proteínas, porém o teor proteico pode ser resolvido utilizando ureia. 
COMO UTILIZAR A MISTURA CANA+URÉIA

  • Para os animais em fase de adaptação (primeira semana), usar 450 gramas de Uréia+50 gramas de sulfato de amônio diluídos em 4 litros de água, regados uniformemente sobre 100 kg de cana triturada. 
  • Após terminar o período de adaptação, ampliar a quantidade para 900 gramas de Uréia +100 gramas de sulfato de amônio diluídos em 04 litros de água, regados uniformemente sobre 100 kg da cana triturada.                                  

A Embrapa Caprinos e Ovinos também vai começar, ainda este ano, um estudo com a utilização da cana-de-açúcar para a alimentação de cabras leiteiras de baixa produção como alternativa mais econômica.
Fonte: Globo Rural
Adaptação: Fabíola Franklin de Medeiros, Médica Veterinária e Mestre em Zootecnia pela UFCG.

date quinta-feira, 10 de abril de 2014

A Moringa oleifera Lam
          Planta pertencente à família das Moringaceae, é nativa da Índia e amplamente cultivada nos trópicos de todo o mundo. No Brasil, foi introduzida como planta ornamental por volta de 1950 e desde então, tem sido difundida devido ao seu alto valor nutricional, principalmente em relação às folhas, que são importantes fontes de vitamina A, C e ferro.
           A moringa caracteriza-se por ser bastante tolerante à seca, sendo cultivada em regiões áridas e semi-áridas, as quais possuem precipitações anuais abaixo de 300 mm, Possui alta produção de biomassa de mais de 100 t de matéria seca (MS) / ha que pode ser alcançado sob condições de agricultura intensiva, sendo dessa forma uma cultura bastante viável economicamente.
Nos experimentos realizados por pesquisadores as condições ideais para a produção de biomassa fresca foram a uma densidade de 500 000 mudas por hectare e em freqüências de corte a cada 45 dias em época de chuvas e a cada 60 dias durante a estação seca. 

Valor nutricional
O composto mais elevado na moringa são os carboidratos, seguido de proteínas  e lipídeos, com destaque para a moringa seca, que apresentou maiores teores de nutrientes. 
          Com relação a fatores anti-nutricionais, cujo consumo pode afetar a produtividade e a saúde dos animais, as folhas da Moringa apresentam quantidades insignificantes de taninos  e saponinas; também não foram detectados glicosídeos cianogênicos nem inibidores de tripsina, amilase ou lectina .
         As folhas são altamente nutritivo, sendo uma boa fonte de proteínas, β-caroteno, vitaminas A, B, C e E, riboflavina, ácido nicotínico, ácido fólico, piridoxina, aminoácidos, minerais e vários compostos fenólicos. As folhas podem ser consumidos fresca ou armazenadas como material seco, as sementes tem sido usadas como ração animal.
Segundo pesquisas, as folhas de M. oleifera, tem atividades antioxidantes potentes, mas para diferentes graus. O potencial antioxidante pode ser atribuído a presença de compostos polifenólicos. Daí o consumo da dieta suplementado com folhas de M. oleifera poderiam proteger os animais contra as doenças induzidas pelo estresse oxidativo e proteger os produtos da deterioração oxidativa durante o período pós-mortem. O pró-efeito protetora de M. oleifera pode explicar sua ampla utilização na vida e possíveis benefícios para a saúde.
    
 Como plantar

A Moringa deve ser estabelecida como uma cultura pura, com um espaçamento de 80cm centímetros entre plantas e 1 m entre linhas, com sementes e sem irrigação ou fertilização. As sementes devem ser plantadas a uma profundidade de 1 cm de solo e  2-3 sementes por broca. A Moringa pode ser colhida  com 1,5 m de altura e 25 centímetros a altura de corte, em aproximadamente 45 dias de rebrota e talos mais grossos de 5 mm devem ser removidos para assegurar composição de forragem uniforme.

Por: Fabíola Franklin de Medeiros, Médica Veterinária e Mestre em Zootecnia pela UFCG.



date terça-feira, 8 de abril de 2014