Após o nascimento, o cordão umbilical pode se tornar a ¨ linha da morte ¨, caso a região umbilical não seja curada corretamente. Se a cura da região umbilical for tardia e mal feita, as estruturas que formam o cordão umbilical (veia, artérias e o úraco, que é um canal que chega até a bexiga) permanecerão abertas, tornando-se portas de entrada para bactérias que irão causar infecções em diferentes locais do organismo do bezerro.Então, a melhor forma de fazer a cura da região umbilical é mergulhar o coto umbilical e a pele da região do umbigo em um frasco contendo uma solução de álcool iodado a 5%. Esta solução reúne duas características muito importantes. Em primeiro lugar, a capacidade do iodo e do álcool de matar as bactérias por dentro e por fora e, em segundo lugar, a capacidade do álcool de desidratar e mumificar (¨secar”) as estruturas do cordão umbilical, fazendo com que se fechem rapidamente após o nascimento e, então, fechando as “portas de entrada” para bactérias que causam infecções em diferentes locais do corpo do bezerro e também no próprio umbigo.  A solução de álcool iodado a 5% deve ser preparada e utilizada da seguinte forma:
1) Misturar álcool comum e tintura de iodo a 10% na proporção de 1:1 (Por exemplo: 1L de álcool + 1L de tintura de iodo a 10 %). Manter a solução em um recipiente escuro, pois a luz solar inativa o iodo (por exemplo, garrafa de cerveja ou enrolar o recipiente com jornal).
2) Colocar um pouco da solução de álcool iodado a 5 % em frasco de boca larga (Por exemplo: frasco de Toddy de 250 mL ou copo de dipping de ordenha sem retorno). A solução de iodo deve ser descartada sempre que estiver suja.
3) Cortar o cordão umbilical a cerca de 5 a 7 cm da pele, após desinfetar a tesoura na solução de álcool iodado a 5%, se o coto estiver muito comprido.
4) Mergulhar o coto do cordão umbilical e toda a pele da região do umbigo na solução de álcool iodado a 5%, por 1 minuto, para que as estruturas do umbigo aspirem um pouco da solução. No período da seca, como o risco de contaminação é menor, realizar este procedimento uma vez ao dia, durante três dias seguidos. Nas águas, por causa excesso de barro e moscas, deve-se realizar a imersão duas vezes ao dia, durante cinco dias seguidos ou até que o coto do umbigo esteja complemente seco.
Lembrar que, se o bezerro ficar o com a vaca, ela vai lamber a região umbilical, retirando a solução, e, por isso, deve-se fazer a imersão mais vezes. O cuidador dos bezerros deve palpar e observar o umbigo diariamente, para ver se já está bem seco e sem a presença de pus ou sangue, quando, então, se pode finalizar a cura.
5) Caso ocorra algum sangramento, pode-se amarrar o coto com um barbante, depois de desinfetá-lo na própria solução de álcool iodado a 5%. A falta de um local adequado para o nascimento do bezerro (piquete maternidade) e as falhas na cura da região umbilical do bezerro recém-nascido apresentadas aqui fazem com que os animais desenvolvam onfalites, que são observadas como: inchaço (aumento de volume) do umbigo, presença de pus e, em muitos casos, de miíases (“bicheiras”), o que piora ainda mais o problema. Em geral, essas onfalites causam muita dor e febre, deixando o bezerro prostrado e com menos apetite, o que compromete seu desenvolvimento. Mas, além de causar esses problemas externos, frequentemente percebidos pelo produtor apenas quando já estão muito avançados, a infecção pode se espalhar pelo corpo do bezerro, causando problemas graves, como diarreia, pneumonia, poliartrite (infecção nas ¨juntas¨), meningite e infecção no sangue (septicemia), que, em muitos casos, levam o animal à morte, além de aumentar a possibilidade ocorrência de hérnia umbilical.
Então, como se pode perceber, é de suma importância curar adequadamente a região umbilical do bezerro logo após o nascimento para se evitar gastos com medicamentos, trabalho para medicar os animais e, principalmente, para que as onfalites não comprometam o desenvolvimento do bezerro ou mesmo o levem à morte, reduzindo a eficiência econômica da criação de bezerros da propriedade.
Fonte: Blog valeu vallée

date quarta-feira, 29 de janeiro de 2014


De acordo com o pesquisador da Fundação MS, André Luís Lourenção, o consórcio aplicado na produção de grãos serve como um seguro agrícola natural, no qual o produtor compra sua apólice ao investir no solo. Esse investimento é o resultado de benefícios como a produção de palhada que é utilizada no revestimento do solo, favorecendo o plantio da soja, e o combate à proliferação de plantas daninhas como a buva, por exemplo.
“O consórcio é uma tecnologia que veio para somar no sentido de garantir a estabilidade da produção de soja. Embora seja uma tecnologia complicada, pois o produtor passa a trabalhar com mais de uma cultura dentro do sistema, o consórcio promove um aumento na resistência da produção contra plantas daninhas e eleva o percentual produtivo da soja, em média se produz 20 a 25 sacas a mais, considerando o período de estiagem devido à seca”, comenta Lourenção.
Para o pesquisador da Fundação MS, adotar o consórcio significa proteger a produção de contratempos. O aumento sinalizado por ele está ligado a duas situações: o incremento de produtividade observado pela melhora da qualidade do solo, aspecto sentido a longo prazo, e a redução de perdas durante o inverno.
Apesar de vantagens, aplicar o consórcio em uma propriedade requer alguns cuidados. Lourenção explica que o produtor deve começar com parcelamentos pequenos, definir bem a escolha do híbrido de milho e do capim a ser plantado, cuidar da densidade de semeadura da planta para evitar desajustes de modo que aja um ponto de equilíbrio nas culturas evitando concorrências no interior do sistema produtivo.
Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ademir Hugo Zimmer, a implantação do consórcio necessita de um aprimoramento no modelo de gestão da produção para haver um salto de eficiência produtiva na propriedade.
Em tese, o sistema de consórcio lavoura-pecuária é bastante similar ao consórcio voltado para grãos. A principal diferença é a incorporação do componente animal que aumenta o intervalo entre o plantio e o replantio da soja. Conforme Zimmer, o sistema voltado para a produção animal garante ganhos de produtividade nos dois elementos, animal e vegetal. O aumento na produção acompanha a melhoria na qualidade do solo, porém frisa o pesquisador, é a médio e longo prazo.
“A integração lavoura-pecuária é uma tecnologia que dá retorno ao produtor em quatro anos de implantação. A principal vantagem está na estabilidade e no aprimoramento da dinâmica produtiva do sistema, uma vez que se notam mudanças na condição do solo, solo mais fértil e melhor ciclagem de nutrientes, além do aumento de resistência contra pragas”, fecha Zimmer.
Sob a ótica estatística e econômica, por exemplo, os dados de experimentos desenvolvidos pela Embrapa, entre outubro de 2011 a verão de 2012/2013, apontam que o milho consorciado com braquiária forneceu uma receita de 8.415 reais/hectare, levando-se em consideração o preço da semente da braquiária, a um custo de 6.117 e uma renda de 2.299. O safrinha solteiro com soja obteve receita e custo próximos, 8.017 e 6.031 reais/hectare, mas a renda caiu para 1.986. “São informações que ratificam a eficiência dos sistemas consorciados, nunca esquecendo que cada propriedade tem suas peculiaridades e isso não pode e nem deve ser desconsiderado”, reforça Alceu Richetti, economista rural da Embrapa.
Fonte: Adaptado de Grupo cultivar

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